sábado, 5 de janeiro de 2013



Deixando de lado a história de Niko e seu tortuoso processo de imigração, dessa vez seu papel é o de Johhny Klebitz, membro do alto escalão da gangue de motoqueiros barra-pesada The Lost. Klebitz estava chefiando a galera até Billy, o presidente da gangue, sair da clínica de reabilitação e retomar as rédeas dos arruaceiros vestidos de couro.
A partir desse ponto é que se desenrola a história de Lost and Damned, a qual, inclusive, cruza com a de Niko em alguns pontos (inclusive com uma missão em comum com GTA IV, em que, dessa vez, você vê tudo do ponto de vista de Johnny).

Em The Lost and Damned tudo flui melhor e com um ritmo mais interessante. Isso se deve, em grande parte, à duração dela (cerca de um terço da de seu irmão mais velho). Por causa disso, tudo está mais condensado – desde os diálogos até o desencadeamento de eventos significativos. A narrativa também se beneficia da melhoria nas animações faciais dos personagens – todos estão mais expressivos – e da dublagem, que parece mais intensa e bem interpretada.

A história mais curta e condensada permite que as missões sejam mais interessantes, cortando fora aquelas que servem para “encher linguiça”. Além disso, como é esperado que você tenha aprendido o básico em GTA IV, as missões são, desde o começo, brutais e com uma dificuldade mais próxima às do final da jornada de Niko.

Maior dificuldade nas missões não necessariamente significa mais repetição e frustração. Isso porque Lost & Damned introduz os mission check-points. Assim, se você morre ou é preso durante uma missão, pode retomar sua tentativa mais próximo do ponto em que falhou. Isso é muito útil para missões mais longas e aquelas que possuem trechos iniciais que envolvem simplesmente ir do ponto A ao B.

Quanto aos gráficos, nada mudou, pelo menos não que seja perceptível, embora tenha sido adicionado um filtro que simula a granulação de uma película de filme, mas o efeito me distraia e começou a me incomodar depois de alguns minutos de jogo. Isso não foi exatamente um problema, porque, como em GTA IV, você pode mexer bastante nas configurações de imagem.

As rádios continuam as mesmas, mas quase todas ganharam músicas novas. A que recebeu o maior número de faixas foi a Liberty Rock Radio, a estação favorita de sua gangue. A atenção a essa parte do conteúdo é benvinda, mas com a possibilidade de ouvir qualquer música que você desejar utilizando o Xbox 360, esse aspecto perde um pouco do peso que tinha na última geração.

Se você jogou GTA IV, deve estar se perguntando como irá lidar com os controles neste novo capítulo, em que a maior parte de seu tempo você passa andando de moto, e guiá-las era bem chato e difícil. A boa notícia é que Lost & Damned melhorou e muito o controle das motos – agora está mais fácil fazer curvas e muito mais difícil cair. Essas mudanças são mais do que necessárias, já que a moto é sua fiel companheira em todas as missões de L&D.

Obviamente, ainda é possível roubar todo tipo de veículos, como em qualquer GTA, mas sua moto está sempre por perto e, quando não está, basta ligar para um de seus parceiros de gangue que ele lhe trará o modelo de sua escolha em poucos segundos. Com esse elemento, fica mais interessante, prático e coerente manter um motoqueiro vinte e quatro horas por dia.

Falando de modelos de motos, Lost & Damned traz várias novas motocas para Liberty City, a maioria delas choppers, mas também há umas mais esportivas. Para os fãs das quatro rodas, há também alguns carangos novos, mas nada impressionante.

Uma adição muito benvinda são as novas missões paralelas que podem ser feitas antes ou depois de se completar a história. Há dois tipos: corridas de moto no estilo Road Rash, em que todos os corredores têm um taco de madeira para bater nas cabeças dos competidores e guerras de gangue. Nessas guerras você e alguns de seus comparsas vão até um local onde membros de outra gangue estão e você mata todo mundo. Os dois tipos de missões são rasos e se tornam repetitivos rapidamente, mas é bom ter alguma coisa interessante para se fazer em Liberty City após o término da história principal.
 

Como na série GTA toda atividade não obrigatória é sempre benvinda, o novo título conta também com alguns novos passatempos dos quais Johnny pode usufruir: queda de braço e jogos de cartas. Esses dois minigames são bem similares aos já presentes (dardos e sinuca), mas é sempre uma mudança de cenário.

Se você quer ser mais passivo, há também novos sites na internet e programas de televisão. Todos eles com o típico humor satírico do pessoal da Rockstar. É bom para ver uma vez, dar uma risadinha e pronto. Não pense que você vai passar muito tempo atirado no seu sofá virtual ou aumentando a conta nas LAN Houses de Liberty City.

Além de adições há também algumas ausências: não há mais como comprar roupas. Isso pode parecer limitante, mas ter Johnny Klebitz em qualquer uniforme que não suas vestimentas dos Lost seria incongruente com o que vemos sobre o personagem. A Rockstar também tirou a maior parte dos ícones que dominavam o mapa e tornavam a leitura dele muito mais difícil do que o ideal. Agora só seus contatos pra missões, sua casa e algumas outras coisinhas são representadas por símbolos no mapa.

O modo multiplayer está de volta e continua impopular, como em GTA IV, mas ao mesmo tempo não é. A base permanece a mesma, mas há novos modos. Muitos deles são interessantes e são boas as versões de modos já presentes, mas a maior falha continua: todos eles se tornam desinteressantes em muito pouco tempo. Perseguir um motociclista com um helicóptero no modo Chopper VS Chopper é bem legal, mas quando você percebe que o helicóptero sempre ganha e que não há muitas estratégias diferentes para chegar à inevitável conclusão, você se enjoa bem rápido do Multiplayer. Também vale a regra do Multiplayer original, no qual em qualquer modo cooperativo ou de times um jogador que só quer causar estraga o jogo para todos e na maioria das vezes esse jogador estará lá.

No final das contas esse DLC é comparável a uma expansão mesmo e uma muito boa. O preço pode parecer um pouco salgado, mas graças à quantidade e qualidade do conteúdo, ele é mais do que justo. Por todas as razões citadas neste review, acredito que o futuro da série será este: pequenos episódios lançados para download que adicionam boas histórias que não precisam ser esticadas por dezenas de horas e que trazem uma variedade de elementos novos e conhecidos misturados de uma maneira que você ainda não viu. Agora é esperar para ver se o próximo DLC manterá esse nível de qualidade e qual submundo de Liberty City iremos explorar.

Muitos críticos e jogadores andam dizendo que Lost & Damned é melhor que GTA IV, mas por mais que tenha sido uma experiência mais coesa e bem acabada, não sei se podemos realmente separar um do outro, já que a grande maioria jogou Grand Theft Auto IV antes de L&D. É possível também ver os dois como um só, um o qual conta duas histórias do mundo do crime em Liberty City. Melhor ou não, The Lost & Damned nos faz lembrar de porque adoramos seu irmão mais velho, da melhor maneira possível: nos dando mais um gostinho dessa experiência.

Cuidado: The Lost & Damned traz muitas novidades, mas uma das mais inesperadas é a primeira cena de nudez frontal masculina em um jogo 3D para consoles. O protagonista da cena é o deputado Stubbs, em sua primeira missão como político.

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